Breno Sanches
“Eu fico louco para ver
ele se dilacerando aos poucos, mas ele já chega dilacerado” - Comentou a
presença da roda no texto, da roda no cenário, mas sentiu falta dela mais
presente no espetáculo. “Tem uma coisa que ele entra por essa roda e ali dentro
está sustento, preso na roda, e ele fala o tempo inteiro dessa roda, e acho que
sinto falta dessa roda no espetáculo”, disse. O personagem vem em um tom de
questionamento, ele se revela muito. Uma pessoa querendo se colocar para fora. “Eu
fico louco para ver ele se dilacerando aos poucos, mas ele já chega dilacerado”,
comentou. Uma das questões que o intrigou foi o personagem ficar muito mais
tempo sentado, que ter movimentação dentro da roda cênica criada pelo cenário. “Ele
fica noventa e tantos por cento sentados, e ele fica muito tempo ali, ele é uma
pessoa que está tentando se encontrar, então senti falta de uma acelerada”,
finalizou.
Marcia Valeria
“Só ajuda e complementam,
além de me presentearem nesta noite” - “Fui tomada pelo espetáculo”, iniciou
Marcia. Comentou que o espetáculo tem uma boa direção e encenação. “Quando eu
via a jaqueta, pensei – ‘Essa jaqueta não combina com esse boy’ – Mas depois
que ele pede a jaqueta de volta, eu pensei – ‘Perfeito’”, disse. Algumas coisas
lhe chamaram atenção, e como ela mesma disse: “Sou virginiana, muito detalhista”,
brincou.
1º Luz – “Ela acaba
tirando a tonalidade das rosas vermelhas do cenário, tirando a cor delas”.
2º Presença do ator
Marcos Zandonai – “Eu preferia ter visto nos olhos dele, e não ter que virar
para trás e perceber um outro ator, que no casaco falta um botão. Ou coloca um
botão, ou tira esse cara. Queria ter ficado com a impressão de ter visto nos
olhos do personagem, uma coisa que o espetáculo não me deixou”.
3º Figurino – “Acho o
figurino bárbaro, devido ter a brutalidade da bota, e a suavidade da renda, mas
o brilho da echarpe é indispensável. O tecido e o alongamento dele, ficam
perfeito, mas não precisa do brilho”.
Aplaudiu a direção,
atuação, cenário e figurino. Praticamente o espetáculo todo, sendo ela apenas
plateia e não debatedora, pois o mesmo conseguiu a envolver. “Só ajuda e
complementam, além de me presentearem nesta noite”, finalizou.
Wilson Belém
“Fico pensando no olhar
de hoje” - “Não pegar o cara pelo impacto, pelo choque, e sim, pegar pela delicadeza”,
disse, sendo essa uma das coisas que ajudam no espetáculo. A solução de luz
ficou completamente coerente quando se fala de morte. “Esse tema da morte
trazida pela visibilidade do surgimento da aids – como retrata no conto de Caio
Fernando Abreu – vincula morte e amor de tal forma que a doença acabou adquirindo
uma coisa simbólica”, contou. O espetáculo traz e cria esse texto que é belíssimo,
falando de uma ultima geração que teve uma crença, uma ideologia. Há um dialogo
entre a geração de 80 e 90, a mesma do autor do conto, Caio, com essa nova
geração. “Fico pensando no olhar de hoje; Em alguns momentos eu senti falta
desse olhar de hoje sobre essas duas gerações”, comentou. Com emoção na palavra,
o desempenho do ator José de Brito emocionante. “Fico pensando em será que hoje
não seria interessante pensar num certo distanciado? Esse olhar de hoje sobre
essas duas gerações”, insistiu ele. Reparou em algumas ações pertinentes e
ações físicas. “Tem horas que está no limite e chega a hora da não ação, deixando
a palavra ganhar o corpo, com um olhar cínico, com amor e com as relações”,
finalizou.
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