No segundo dia do ‘Projeto
Mostra Colisão’ foi apresentado o espetáculo teatral “O príncipe que tudo
aprendeu nos livros”, da Cia. de Teatro Colégio Santa Mônica. O grupo, formado
desde 1999, é proveniente de aulas de teatro ministrada por Mauro Marquês aos
sábados no colégio. O texto é de Jacinto Benavente, que ganhou o Prêmio Nobel
de literatura em 1922.
Sobre o espetáculo:
Rainha chorando após o Rei decidir que o príncipe iria conhecer o mundo |
Conta a
história do Príncipe Azul (Natália Trotte), que após
uma decisão do Rei (Diogo Santos), saí de casa em busca de conhecer a realidade do
mundo, indo conhecer tudo sem o carinho que encontra em casa, dado pelos pais. Ao
sair o príncipe encontra um mundo diferente que conhecia nos livros,
principalmente dos contos de fada. Uma história infanto-juvenil que relata positivismo
e sonhos, além da procura de um mundo melhor do que existe de fato. Aos trancos
e barrancos, vai aprender sozinho a lidar com seus problemas.
“É um
espetáculo para adolescentes, mostrando que o mundo não é um conto de fadas,
mas devemos sempre levar o conto de fadas no coração”, afirmou Mauro Marquês,
diretor do espetáculo. O texto do alemão Jacinto Benavente, escrito em 1909,
foi adaptado por Mauro, onde culminou no surgimento do espetáculo. Além de a
peça ser destinada ao público mais jovem, o espetáculo tem um elenco que varia
de 11 a 18 anos de idade.
O processo da peça tem um
ano de meio, com tempo de ensaio relativo a uma vez na semana, sempre aos
sábados. “Apresentamos no final do ano de 2009 na escola, e em 2010 fizemos
algumas outras apresentações como em Caxias e na FETAERJ”, explicou Mauro, após demonstrar sua vontade de entrar em cartaz com esse espetáculo até o meado do
ano.
Sobre a Cia. Colégio Santa
Mônica:
O grupo se renova sempre,
devido alguns alunos ao sair da escola largar o teatro e seguir outros rumos, tendo
um núcleo que já começou há quatro anos, outros que iniciaram a seis, e assim por
diante. A Cia. conta com um elenco de alunos e ex-alunos do colégio. Porém
teatro é feito de coletivo, e além das crianças que compõem a companhia, a ajuda
de seus pais é fundamental. “Eu conto muito com a ajuda dos pais desses jovens
atores, que inclusive, uma das mães que ajeitou todo o figurino”, disse Mauro.
A escola também é um eixo fundamental neste processo cedendo o espaço para
trabalharem no fim de semana, e com alguma infra-estrutura básica. “Penso que
se todos os colégios tivessem um grupo de teatro a cidade iria ficar mais
pulsante em relação ao mundo das artes cênicas”. Devido ser uma Cia. que surgiu
e funciona dentro de uma escola procura-se trabalhar mais com teatro infantil e
adolescente.
Natalia Trote, que
interpretou o Príncipe Azul, faz parte a seis anos da companhia e estuda no
Colégio Santa Mônica desde os quatro anos de idade. “O processo foi muito
interessante, por que todo mundo quando leu o texto ficou muito eufórico”,
disse. Como já tinha feito interpretações de personagens masculinos, queria
encenar um feminino. “Quando eu vi que o príncipe falava de positivismo e
sonhos, eu resolvi interpretá-lo”, afirmou.
Um comentário:
Grupo formado por jovens alunos do Colégio Santa Monica, no bairro do Méier – RJ.
Dá muito prazer ver esta garotada com disposição e disponibilidade para o Teatro. Muitos, nem pretendem seguir carreira, mas estão ali para enriquecimento pessoal e pelo prazer de fazer.
“O Príncipe” é uma história do início do século passado, e que, como o título sugere, aprendia tudo nos livros, mas durante uma viagem, os obstáculos que foram surgindo diante da sua caminhada, fizeram com que ele visse o mundo de uma outra forma, diferente dos contos de fadas.
Na cenografia, a opção pela utilização de um recurso tecnológico (data show), que para o caso, é cabível, já que, a intenção é de sugerir as páginas de um livro, como fundo ilustrativo para as cenas.
Fiz as seguintes observações:
Quanto ao fato das imagens serem projetadas sobre os atores. Em determinadas situações, o grupo se depara com problemas da localização do equipamento, mas é preciso ter uma solução.
As imagens utilizadas não seguiam a um padrão estético, uma identidade. Às vezes eram desenhos, e outras vezes, fotografias, o que compromete a idéia do livro. Sugeri que alguém desenhe as figuras de fundo como imagens ilustrativas de um livro de histórias e que também esta linguagem seja utilizada nos objetos de cena.
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