Caique Botkay
"Gosto da ousadia, mas eu queria ter conhecido mais vocês, pois conheci um experimento(...)" - Achou muito curioso um elenco muito jovem fazer um tratamento, apresentado pelo espetáculo, com essa temática, a morte. “Durante o espetáculo eu cheguei a me perguntar se falavam sobre perda ou se falavam sobre um triângulo amoroso, fiquei querendo entender a temática do espetáculo”, disse. Relatou que o rompimento do tempo, misturando o presente, o passado e o futuro é uma coisa muito interessante e gostou da música ao vivo presente no espetáculo. Comentou sobre a ditadura militar, um período que acompanhou de perto, vivenciando: “Precisávamos de alegorias para representar o nosso sentimento em frente à ditadura, pois não podíamos falar com a clareza como se diz hoje”, afirmou. Uma das coisas que o incomodou, foi saber a opinião dos jovens, o que eles acham sobre o que estavam falando. “Teatro é transformação o tempo inteiro; Gosto da ousadia, mas eu queria ter conhecido mais vocês, pois conheci um experimento, um processo de trabalho, mas ainda não tive a oportunidade de entender vocês”. Por fim, revelou querer ver os mesmos jovens em um próximo espetáculo contando um pouco da realidade de cada um. “Eu senti falta um pouco da voz de vocês, e acho que vocês se dedicaram a uma determinada linguagem, cheios de vontade de fazer teatro, de garra, e eu queria ouvir a opinião de cada um sobre o espetáculo, pois a peça para mim ficou num universo flutuante, e não consegui visualizar qual era a intenção, ou proposta, do espetáculo”, concluiu.
Paulo marcos de Carvalho
“Eu fico perdido com tanta projeção no cenário, que acho desnecessária” - “O espetáculo tem uma proposta contundente e ambiciosa, sendo muito bom ver um grupo se arriscando, que de alguma maneira extrapola um lugar comum, daí acho que devemos colocar algumas questões para vocês pensarem”, iniciou. Sua primeira proposta: A questão do trabalho do ator. “Passa-me a impressão que na contundência de vocês, ainda procuram a resposta por que o ator fica no meio do processo”, disse. Ou seja, trabalhar um pouco mais o ator para uma proposta forte de espetáculo. “A direção poderia tirar tudo do espetáculo - o vídeo, o alçapão, a água, tirar tudo – e começar a trabalhar em cima do ator, pois o elenco é bom, mas vocês fazem uma proposta ousada e deixam todos esperando que o ator responda essa proposta, o que não acontece e precisa investir”, aconselhou Paulo, após fazer uma proposta de amadurecimento para o grupo. Sua segunda proposta: O cenário. “Eu fico perdido com tanta projeção no cenário, que acho desnecessária”.
Sua terceira proposta: A projeção audiovisual. “Não percebo muito como necessário, nada contra o high tech (Alta tecnologia), mas tem que ter muita consciência de como vai ser usado, pois acho melhor ver o ator dando voz ao que eu vejo na projeção, do que levar aos meios técnicos”, afirmou. Esses foram o três quesitos que lhe chamaram muita atenção, e sendo assim, comentou com fins de estar contribuindo com o espetáculo. “Vocês falam o tempo inteiro da liberdade, e acho que essa é a questão; Vocês precisam se libertar de um modelo padrão e investir, pois quando tirar tudo do espetáculo (forma que o mesmo deu como experimento), o ator vai aparecer, isso acontecendo, coloca tudo no espetáculo novamente”, finalizou Paulo.
Breno Sanches
"O figurino ficou no meio do caminho, uns mais acabados que outros, mas é algo que tem como resolver" - Entrou na questão do trabalho do ator que, como Paulo, sentiu um desnível muito grade. “O espetáculo é bem colocado, vai fluindo, e tem uma proposta muito boa, mas a cena fica acima dos atores”, disse. Comentou sobre a voz de alguns atores que se perdem, e a de outros que com mais potência acabam ficando desnivelada. Uma das coisas que lhe chamou atenção foi a projeção. “Eu acho melhor os atores fazendo isso e não necessitar do vídeo, pois eles resolvem muito bem pela encenação”, afirmou. Ressaltou sobre o cenário ser muito bem trabalhado e ter um ótimo acabamento, porém o figurino não responde essa expectativa. “O figurino ficou no meio do caminho, uns mais acabados que outros, mas é algo que tem como resolver, parou num caminho, porém no caminho certo”, disse Breno. Falou sobre o mar ser um protagonista no espetáculo, sobre ele levar embora, e trouxer quando ele quiser. “Essa força é muito boa, é muito bonito como espetáculo e na relação humana de vocês, tende muito a crescer, pois é bonito cenicamente”, concluiu.
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