quinta-feira, 26 de maio de 2011

Eles comentam - 'Chapeuzinho vermelho pede socorro'

Produção do 'Projeto Mostra Colisão', Debatedores e elenco da peça
Após todos os espetáculos três profissionais com experiência no campo artístico e cultural, que tem trabalho reconhecido nessa área, irão comentar sobre o espetáculo e dar seus 'pitacos'. Neste, Renato Neves, José Sisneiros e Sonaira D'Ávila, comentam sobre o quarto espetáculo exibido no colisão teatral, dia 24 de maio: "Chapeuzinho Vermelho pede socorro".

Sonaira D’Ávila

“Podemos afinar enquanto processo para ficar um bom produto artístico, e não ficar só no comercial para brincar na escola” - Comentou que é interessante a ideia de atualizar os contos infantis, porém quando se modifica demais acaba virando uma coisa comercial. “Podemos afinar enquanto processo para ficar um bom produto artístico, e não ficar só no comercial para brincar na escola”, disse. Afirmou não gostar da dublagem que o espetáculo apresenta. “Ou assume que canta e vai cantar, ou assume e trilha; Canso-me um pouco vendo isso, me incomoda”, contou Sonaira, deixando claro que é uma opinião absolutamente pessoal. Seu ultimo questionamento foi sobre o espetáculo assumir uma identidade visual, e trabalhar com apenas uma unidade visual. “Não ficar levando e trazendo o cenário no palco”, finalizou.

Renato Neves

“Trabalho exaustivo é o que leva resultado” - “Você comentou que tem dificuldade de ter um grupo fixo, o que eu acho que há uma explicação bem clara, pois o tempo é o senhor das coisas, e se tiver trabalho, trabalho e trabalho, o mesmo gera a consequência, do trabalho ou não trabalho”, iniciou Renato. Falou sobre a dublagem da música, e que se não tem tempo e trabalho, não consegue ter um bom resultado com isso. “Não digo que precise ser exatamente a música ao vivo, o fundo pode ser gravado com a voz do ator com uns 10 a 20 por cento de volume e o ator canta em cima de um playback, conseguindo um resultado melhor”, afirmou, colocando a questão de quando a proposta do espetáculo não é um musical, não é necessário ser um cantor que atua, e sim um ator que canta. Posicionamento cênico, um dos pontos que ele achou justificável pela falta de ensaio, o que se torna complicado devido à luz se tornar inimiga dos atores. “Em alguns momentos a luz parava no peito”, disse.

Alguns tópicos da história chamaram bastante a atenção de Renato, como por exemplo, a borboleta virar uma fada, a o entrosamento dos dois porquinhos. “Acho muito interessante o jogo dos dois porquinhos, um entrosamento e uma leveza em cena, e para vocês que estão começando, enfim, acho que tem uma segurança legal”, afirmou. Porém, para ele, os dois funcionam melhor quando estão sozinhos tendo um jogo muito legal, vale ressaltar. Relatou o fato de haver alguns problemas na produção, principalmente na hora das músicas. “Trabalho exaustivo é o que leva resultado; Se você acredita, cai dentro e trabalha, que você vai ter uma música melhor apresentada e como você quer e não como você pode”, concluiu.

José Sisneiros

“O que eu entendi, é que vocês trabalham com recreação infantil” - Iniciou falando sobre as fases da vida, uma específica no caso, que é a junção do fator profissional acadêmico e do fator profissional sobrevivência, e quando os atores encontram-se nesta fase, acaba que ficam num processo de conflito permanente. “O que eu entendi, é que vocês trabalham com recreação infantil”, disse. Comentou algumas coisas que lhe chamaram atenção e que, para ele, são muito primárias, o que pode prejudicar e continuar fazendo. “As regras que se usam para se fazer teatro, são as mesmas em todos os lugares, o que difere é a questão da criação.”, afirmou Sisneiros, completando que podem fazer o mesmo espetáculo para recrear, porém com uma criação teatral. Esses detalhes, que são bobos, acabam passando despercebido pelos atores envolvidos no processo, como: o som atrás e uma pessoa cantando na frente. “Incomoda-me certos cuidados”. Entendendo a necessidade de se recrear, acho que se deve pensar na criação do espetáculo e do personagem. “Em relação ao trabalho de vocês, tem detalhes do canto e da sincronia de expressão, que tem que estar preparado para aquilo que o personagem exige”, disse, não observando nada de ruim em começar e tentar.

Nenhum comentário: